terça-feira, 4 de novembro de 2014

Caminho da Gurita

Eu e a Tânia fizemos a trilha em 26 de outubro último depois de votar. O dia amanheceu nublado, até com algum chuvisco. Depois tivemos sol.
O Caminho da Gurita é um percurso extenso, mas sem grandes dificuldades. Começa na sede do Parque da Lagoa do Peri, sul da ilha, e termina na cachoeira com alguns poços. Num ritmo tranquilo demora-se umas 6 horas para ir e voltar.
O bom da história é que o caminho alterna a passagem por dentro da mata e o campo aberto. Não há grandes aclives e só se exige maior cuidado nos poucos trechos sobre pedras, mas perfeitamente acessíveis.
Nos últimos tempos o trecho já próximo à cachoeira foi alterado, mas não se pode dizer que para pior. O caminho ganhou sinalização nas bifurcações, o que favorece o acesso de quem vai pela primeira vez.
Por fim, o mergulho nos poços faz valer a pena todo o esforço da caminhada.
A sede do Parque já ficou para trás.












Mesmo no mato nos inclinamos quando comemos laranja.


Umas caretas feitas na areia...

...mesmo que tenhamos capturado junto parte das pernas...

... e das botas.

Rancho de guardar canoa.




A força da raiz que não se intimida com a pedra e segue para onde quer.




segunda-feira, 28 de abril de 2014

Trilha da Barra da Lagoa à Galheta

Ontem, domingo meio nublado, daqueles que expulsam a gente de casa para que não passem em branco, eu e a Tânia resolvemos fazer uma trilha.
Como há duas semanas tínhamos combinado fazer a da Galheta para a Barra da Lagoa com a Laís e o Neimar que passaram por aqui e logo voltariam para Los Angeles, mas a chuva impediu, resolvemos nos vingar e a fizemos, embora no sentido contrário, da Barra para a Galheta.
E como já tinha mais de cinco anos que não andava por lá, estranhei algumas coisas: umas construções logo no início da trilha, muitas setas pintadas já gritavam que os medos citadinos eram levados nas mochilas e abandonados nas pedras que nada têm a ver com eles nem com quem passa.
A paisagem continua bela, no entanto. O brilho do sol tímido no mar, o visual da Barra, de Moçambique que segue até o Santinho, a ilha do Xavier, a Lagoa da Conceição que se exibe da Rendeiras à Costa, o B formado pelas praias da Galheta e Mole, enfim, tudo que não depende do homem continua encantando.
Mas levamos um susto quando chegamos à Galheta e seguimos para a oficina lítica com inscrição rupestre estimada com 4.200 anos, como informava antiga placa que não mais encontramos. O susto foi por conta do excesso de lixo (latas de cerveja, de energéticos e de camisinhas). Sim, de camisinhas usadas e suas embalagens largadas em toda parte, denotando a falta de educação e o cuidado zero dos frequentadores.
Para quem não sabe, a praia da Galheta é uma praia de nudismo facultativo. Certamente que isto poderia contribuir para o fomento do potencial turístico que vendem da Ilha de Santa Catarina, atraindo outros  públicos. É sabido, entretanto, que a Galheta não tem sido mais que reduto de homossexuais... Até aí tudo bem; o que não se responde é o que isto tenha a ver com práticas sexuais em espaço que é público, de todos, portanto, e não de um grupo que se acha no direito de desrespeitar regras básicas de convívio. É verdade que não encontramos ninguém de quatro nas pedras, mas pela quantidade de camisinhas... foi por mera sorte.
Que a Prefeitura deixe de se omitir quanto às suas obrigações e não permita que se instalem "cercas" de privilégios, garantindo a limpeza e o acesso de todos, livre de constrangimentos, àquele sítio arqueológico que deve ser conhecido inclusive pelas crianças.
Aí vão as fotos da trilha de ontem, na esperança de que a próxima nos ofereça uma Galheta limpa e acolhedora, também, à minoria heterossexual.
Início da subida com vista da praia da Barra da Lagoa









Oficina lítica

Oficina lítica

Oficina lítica



Inscrição rupestre com estimados 4.200 anos.



A aranha como que demarcou o centro da teia para saber onde se posicionar.